80 Erros Gramaticais que fazem você parecer um idiota
Ninguém está livre de cometer erros gramaticais, mesmo com a correção automática dos smartphones.
Mas você sabe quais são os erros de português mais graves e que, mesmo assim, muita gente comete?
- Encontre o erro: “Ela ficou meia chateada depois da conversa”.
- Encontre o erro: “Hoje fiquei menas cansada que ontem”.
- Encontre o erro: “Ele está muito afim da minha prima”.
- Encontre o erro: “Esse tipo de música não tem nada haver comigo”.
- Encontre o erro: “O resultado do jogo, não o abateu”.
- Encontre o erro: “Não sei aonde fica o prédio da reitoria”.
- Encontre o erro: “Entregarei o relatório ao meio-dia e meio“.
- Encontre o erro: “Vamos vender à prazo“.
- Encontre o erro: “Atuo no setor de vendas a 10 anos”.
- Encontre o erro: “Ele não se adequa ao meu modo de vida”.
A Língua Portuguesa é complexa, isso é inegável. São muitas regras (e exceções) para decorar, muitos tempos verbais para conjugar e assim por diante.
Mas alguns erros são gravíssimos e assustam por demonstrarem total desconhecimento do idioma (algo que usamos “apenas” todos os dias).
Selecionamos o Top 10 de erros gramaticais mais comuns. Eles estão nas redes sociais e, pasmem, em ambientes corporativos e acadêmicos também.
Confira cada um e preste atenção para não prejudicar sua reputação cometendo esses deslizes, seja na vida pessoal ou profissional.
Afinal, a qualidade do texto diz muito sobre a cultura geral de uma pessoa.
1. Mais ou Mas
Mais ou mas é uma dúvida bem comum e que muitas pessoas insistem em errar na hora de escrever certo.
Errado: Quero acordar cedo, mais durmo tarde todos os dias.
Correto: Quero acordar cedo, mas durmo tarde todos os dias.
Explicação: Mas, sem i, é uma palavra usada principalmente como conjunção adversativa e possui o mesmo valor que porém, contudo e todavia. Transmite uma ideia de oposição ou limitação, como no exemplo acima.
Mais, com i, é uma palavra usada principalmente como advérbio de intensidade, transmitindo uma noção de quantidade ou intensidade maiores, ou como conjunção aditiva, transmitindo uma noção de adição e acréscimo. Tem sentido oposto a menos.
Exemplos: Aquele vinho é o mais caro do mercado./ Cinco mais três são oito.
2. Porques
Porque ou Por que
Porque ou por que. Junto ou separado? Veja a resposta correta abaixo.
Errado: Não a encontrei ontem por que fui malhar em horário diferente.
Correto: Não a encontrei ontem porque fui malhar em horário diferente.
Explicação: Porque, junto e sem acento, é uma conjunção e serve para ligar duas ideias, duas orações. É usado quando a segunda parte apresenta uma explicação ou causa em relação à primeira.
Já a forma por que, separado e sem acento, é um advérbio interrogativo de causa e é usada quando pedimos por uma causa ou motivo, não necessariamente em uma frase que termine com ponto de interrogação.
Dica: Se tiver dúvida, substitua o por que da frase por “para que”, “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais” ou inclua a palavra “razão” logo depois.
Exemplo: Este é o caminho por que (pelo qual) passamos. / Não sei por que (razão) ele desistiu de tudo.
Porquê ou Por quê
Porque ou por que. E agora com o acento? É junto ou separado? Veja a resposta correta abaixo.
Errado: Ela se demitiu, não sei porquê.
Correto: Ela se demitiu, não sei por quê. / Ela se demitiu, não sei o porquê.
Explicação: Porquê, junto e com acento, substitui as palavras razão, causa ou motivo. É um substantivo e, como tal, tem plural e pode vir acompanhado por artigos, pronomes e adjetivos. A palavra geralmente é antecedida de artigo “o” ou “um”.
Use a expressão por quê, separado e com acento, quando ela estiver no fim da frase, seja pergunta ou não.
Exemplos: Não aprovaram a proposta e não sabemos por quê./ Não temos o resultado da concorrência. Por quê?
3. Agente ou A gente
Agente ou a gente? O serviço secreto não é o mesmo que nós.
Errado: Agente vai almoçar no restaurante da esquina hoje.
Correto: A gente vai almoçar no restaurante da esquina hoje.
Explicação: A gente é uma locução que equivale à palavra nós e deve ser conjugada na terceira pessoa do singular, como na frase acima.
Agente é um substantivo comum e se refere à profissão de alguém. É aquele que age, que exerce alguma ação.
Exemplo: James Bond é o agente secreto fictício do serviço de espionagem britânico. /Concurso oferece vagas para agente da polícia federal.
4. Voçê ou Você
Voçê ou você? A diferença é pequena, mas o erro é grande.
Errado: Voçê foi ótimo hoje!
Correto: Você foi ótimo hoje!
Explicação: O uso da cedilha pode causar confusão por ser foneticamente igual ao C, porém, existe uma regra primordial que pode amenizar essa confusão: não se usa cedilha antes das vogais I e E.
5. Para mim ou Para eu
Para mim ou para eu? Veja quando usar o “mim”, o famoso pronome pessoal oblíquo tônico.
Errado: Veja se tem algum erro para mim corrigir.
Correto: Veja se tem algum erro para eu corrigir.
Explicação: Eu é um pronome pessoal reto, devendo ser utilizado quando assume a função de sujeito. Assim, para eu deve ser usado sempre que se referir ao sujeito da frase e for seguido de um verbo no infinitivo que indique uma ação.
Mim é um pronome pessoal oblíquo tônico, sendo utilizado quando assume a função de objeto indireto, devendo estar sempre precedido por uma preposição. Dessa forma, para mim deve ser usado quando for complemento de um verbo transitivo indireto.
Exemplo: Você trouxe a roupa para mim? / Pensei que esse embrulho tivesse chegado para mim.
6. Menos ou Menas
Menos ou menas? Esse é um dos erros ortográficos e gramatical mais bizarro nessa lista.
Errado: Hoje fiquei menas cansada que ontem.
Correto: Hoje fiquei menos cansada que ontem.
Explicação: Menas é uma palavra que não existe na língua portuguesa. A única forma correta de escrita é menos, e em geral se opõe a mais.
Sempre que nos referirmos a algo ou alguém em menor número, menor quantidade, ou em uma posição inferior, devemos utilizar a palavra menos. É correto dizer: menos vezes, menos vestidos, menos cerveja, menos calorias, a menos.
7. Meio ou Meia
Meio ou meia? Cuidado para não perder suas meias nessa dúvida…
Errado: Ela ficou meia chateada depois da conversa.
Correto: Ela ficou meio chateada depois da conversa.
Explicação: Meio pode ser advérbio de intensidade e numeral fracionário e é aí que surge a confusão. Como advérbio, tem sentido de “um pouco” e se apresenta vinculado a um adjetivo, não varia: meio cansada, meio distraído, meio metida, meio maluco.
Como numeral, virá vinculado a um substantivo e concorda com o gênero (feminino e masculino): meio litro, meia xícara, meio pote, meia hora.
8. A fim ou Afim
A fim ou afim? Veja a resposta correta abaixo.
Errado: Ele está muito afim da minha prima.
Correto: Ele está muito a fim da minha prima.
Explicação: As locuções a fim de e a fim de que exprimem ideia de finalidade e podem ser substituídas por para e para que, respectivamente.
Exemplos: Fez de tudo a fim de (para) nos convencer da sua inocência./ Os pais economizaram durante anos a fim de (para que) que o filho estudasse no exterior.
Ainda se usa a locução a fim de no sentido de “com a intenção de”, “com vontade de”.
Exemplo: Não estava a fim de conhecer pessoas naquele dia. (não tinha vontade de conhecer, não tinha intenção de conhecer)
Na linguagem informal, “estar a fim de alguém” é ter interesse afetivo pela pessoa, como no primeiro exemplo.
O adjetivo afim é empregado para indicar que uma coisa ou pessoa tem afinidade com a outra. Na maior parte das vezes, o adjetivo aparece no plural. Exemplo: Os dois tinham ideias afins (parecidas).
9. Nada a ver ou Nada haver
Nada a ver ou nada haver? Qual pode causar um erro gramatical?
Errado: Esse tipo de música não tem nada haver comigo.
Correto: Esse tipo de música não tem nada a ver comigo.
Explicação: O verbo haver está frequentemente associado a existir, por isso, é comum que algumas pessoas achem que uma coisa não coexiste com outra e utilizam nada haver.
Nada a ver é a forma correta de escrita desta expressão e é a forma negativa da expressão ter a ver. Sinônimos: não ter relação com, não corresponder, não dizer respeito a.
Obs.: Existe a expressão não ter nada a haver. Embora pouco usada, significa não ter nada a receber, nada a reaver, referindo-se ao ato de não ter quantias monetárias para serem recebidas.
Exemplo: Já não tenho nada a haver de meus clientes.
10. Senão ou Se não
Senão ou se não? Junto ou separado? Ambos podem estar corretos?
Errado: Senão estudar, não irá tirar boas notas.
Correto: Se não estudar, não irá tirar boas notas.
Explicação: Para dar a ideia de caso não estude, como no exemplo acima, o certo é utilizar a forma separada. Perceba que é possível encaixar um pronome reto (sujeito) entre o se e o não: Se ele não, não irá tirar boas notas. Faça o mesmo quando tiver dúvida.
Senão, em uma só palavra, tem vários significados: de outra forma, mais do que, do contrário, aliás, a não ser, menos, com exceção de, mas, mas sim, mas também, defeito, erro, de repente, subitamente.
Exemplos: Devemos estudar, senão (do contrário) não iremos passar de ano./ Não lhe resta alternativa senão (a não ser) procurar por um médico.
EXTRA: Separar sujeito e predicado!
Errado: O resultado do jogo, não o abateu.
Correto: O resultado do jogo não o abateu.
Explicação: O sujeito da frase – substantivo que pode ser substituído por um pronome pessoal reto (eu, tu, ele, nós…) – não pode ser separado do verbo por vírgula.
Exceção: Quando o sujeito é oracional, permite-se o uso de vírgula. Exemplo: Quem ama cuida./Quem sabe ensina.
Erros de Ortografia: Adjetivos e Advérbios – Pequenas Regras para Evitar Grandes Confusões
Muitas pessoas têm dúvida em relação ao uso dos adjetivos e advérbios, já que ambas as classes gramaticais atribuem características às palavras com as quais estão relacionadas.
A dúvida é ainda mais acentuada em se tratando de advérbios de modo.
Mas existe uma diferença fundamental: o adjetivo flexiona, ou seja, pode variar em gênero, número e grau; enquanto o advérbio se apresenta como uma classe invariável.
Isso porque os adjetivos se relacionam com os substantivos, e os advérbios, com os verbos.
11. Mal ou Mau
Mal ou mau? Você sabe o termo que expressa o contrário (oposto) de ambos?
Errado: Ele estava de mal humor porque todos a volta estavam mau-humorados.
Correto: Ele estava de mau humor porque todos a volta estavam mal-humorados.
Explicação: Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim, o contrário de bom humor é mau humor e de mal-humorado é bem-humorado.
Igualmente: mau cheiro, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
12. Em anexo ou anexo
Em anexo ou anexo? Acabe com essa dúvida de português ao escrever aquele email importante para seu chefe.
Errado: Segue anexo a foto do evento.
Correto: Segue anexa a foto do evento. Segue em anexo a foto do evento.
Explicação: Anexo é adjetivo e deve concordar com o substantivo a que se refere, em gênero e número. A expressão em anexo é invariável.
Alguns estudiosos condenam o uso da expressão “em anexo”, sendo assim, dê preferência à forma sem preposição.
13. Onde ou Aonde
Onde ou Aonde? Veja a dica para saber quando usar cada um.
Errado: Não sei aonde fica o prédio da reitoria.
Correto: Não sei onde fica o prédio da reitoria.
Explicação: Ambos são advérbios usados para indicar lugar, porém a preposição a de aonde indica que essa palavra deve ser usada somente quando estiver relacionada a verbos que pedem tal preposição e a orações que sugerem movimento, como:
“Aonde você vai?” – pois quem vai sempre irá a algum lugar – e “Aonde ele pode me levar?”, já que quem leva tem de levar alguém ou algo a um lugar.
Onde é usado em situações nas quais a ideia de movimento não está presente.
Exemplo: “A cidade onde você mora é perigosa” e “Não conheço a cidade onde meu avô morreu”.
Dica: Para ter certeza de que empregou corretamente, substitua aonde por para onde: “Para onde você vai?”. Se não for possível fazer a troca, opte por onde.
14. Através de ou por meio de
Através de ou por meio de?
Errado: Fui comunicada através de um telefonema que o contrato foi cancelado.
Correto: Fui comunicada por meio de um telefonema que o contrato foi cancelado.
Explicação: Para alguns gramáticos, através se refere ao que atravessa. Prefira “por (meio)” ou “pelo”.
15. Desapercebidos ou despercebidos
Desapercebidos ou despercebidos?
Errado: Os erros passaram desapercebidos pelos revisores.
Correto: Os erros passaram despercebidos pelos revisores.
Explicação: Desapercebido significa desprovido de, desprevenido.
Exemplo: Aquela senhora me pegou desapercebida e eu não soube dar a informação que ela precisava.
Já despercebido significa não notado, não percebido, imperceptível.
Exemplo: O suspeito passou despercebido pela equipe de seguranças.
16. Bastante ou bastantes
Bastante ou bastantes? Acabe com sua dúvida abaixo.
Errado: Eles viram o filme bastante vezes.
Correto: Eles viram o filme bastantes vezes.
Explicação: Bastante parece invariável, mas há usos em que a flexão plural é obrigatória. Bastante vem do verbo bastar, por isso, o sentido original nos remete a algo como suficiente.
Outro uso é como sinônimo de muito. Ou seja, podemos definir as trocas: bastante = suficiente ou bastante = muito.
Sendo assim, para saber se bastante deve ser usado no plural ou singular, é preciso saber a classificação dele na frase.
Quando é adjetivo, deve variar. Exemplo: Já há provas bastantes para incriminá-lo (= provas suficientes).
Se for advérbio é invariável. Exemplo: Compraram coisas bastante bonitas (= muito bonitas).
Bastante ainda pode ser pronome indefinido e, nesse caso, é variável. Exemplo: Vimos bastantes coisas (= muitas coisas).
Por último, se for substantivo, não varia, mas pede artigo definido masculino: Os animais já comeram o bastante (= o suficiente).
17. Iminente ou Eminente
Iminente ou eminente? Saiba como escrever certo os dois termos.
Errado: O perigo de desabamento daquele prédio antigo é eminente.
Correto: O perigo de desabamento daquele prédio antigo é iminente.
Explicação: Eminente é um adjetivo que significa alto, grande, elevado, saliente, pessoa importante, notável.
Exemplos: Era um eminente orador. A montanha eminente surge na paisagem.
Dica: Associe com proeminente, aquilo que se destaca.
Já iminente, embora também seja um adjetivo, indica algo que está prestes a acontecer. Exemplo: Devido à doença, sua morte é iminente.
18. Meio-dia e meio ou meio-dia e meia
Meio-dia e meio ou meio-dia e meia?
Errado: Entregarei o relatório ao meio-dia e meio.
Correto: Entregarei o relatório ao meio-dia e meia.
Explicação: O termo meio pode ter duas funções: adjetivo e advérbio. Quando advérbio, meio quer dizer “um pouco” e é invariável.
Quando adjetivo, meio quer dizer “metade de” e é variável, ou seja, concorda com o termo a que se refere.
No caso do exemplo acima, refere-se à hora, por isso, uma hora e meia, duas horas e meia, meio-dia e meia.
19. Obrigado ou Obrigada
Obrigado ou obrigada? Masculino ou feminino?
Errado: “Obrigado”, disse a senhora.
Correto: “Obrigada”, disse a senhora.
Explicação: Como expressão de agradecimento, a regra de concordância nominal diz que o adjetivo obrigado(a) deve concordar com quem fala, ou seja, com o emissor.
Obrigado no masculino e obrigada no feminino.
20. Em cima ou Encima
Em cima ou Encima? Escrever errado essa pode te causar um constrangimento…
Errado: O pote estava encima da geladeira.
Correto: O pote estava em cima da geladeira.
Explicação: A palavra encima vem do verbo “encimar” (pois é, existe um verbo com esse nome) conjugado na 3ª pessoa do singular do indicativo ou na 2ª pessoa do singular do imperativo. Significa alçar, elevar, arrematar.
Exemplos: O boné encima a cabeça do rapaz. / O professor foi encimado presidente do grupo docente.
Em cima, escrito de forma separada, transmite a ideia de que algo está em um lugar mais alto de que outro, ou seja, numa posição mais elevada. O seu contrário vem a seguir.
21. Embaixo ou Em baixo
Embaixo ou em baixo? Junto ou separado?
Errado: A caixa estava em baixo da cama.
Correto: A caixa estava embaixo da cama.
Explicação: Devemos utilizar o advérbio embaixo sempre que quisermos transmitir uma ideia de posição de inferioridade: abaixo, debaixo, inferiormente.
A expressão em baixo, escrita de forma separada, existe, mas é usada apenas quando a palavra baixo assume a função de um adjetivo, caracterizando algo.
Exemplos: Aquela é a maior escultura do mundo em baixo relevo./ Ele pediu para falarmos em baixo tom de voz.
Dica: Para decorar a ortografia das palavras em cima e embaixo, use seus dedos! Sim, faça um “V” com eles e se lembre que “em cima” é separado, como seus dedos de cima estão, e “embaixo” é junto, como seus dedos de baixo estão.
Como Escrever Melhor: Crase – Descomplicando o que todos os professores de Português da sua vida complicaram
Sabemos que usar corretamente a crase não é nada fácil. É preciso decorar e aprender regras e casos sobre quando devemos empregá-la ou não.
De qualquer forma, uma coisa é certa: na língua portuguesa, crase é o nome que se dá à junção de duas vogais idênticas, isto é, a união da preposição “a” com o artigo feminino “a(s)”, com o pronome demonstrativo “a(s)”, com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo ou com o “a” do relativo a qual (as quais).
Sendo assim, é fundamental dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição “a”.
Aprender a usar a crase, portanto, consiste em saber verificar a ocorrência simultânea de uma preposição + artigo ou pronome.
Veja a seguir os casos mais passíveis de erro:
22. À prazo ou A prazo
À prazo ou a prazo?
Errado: Vamos vender à prazo.
Correto: Vamos vender a prazo.
Explicação: Nunca se usa crase antes de palavra masculina!
23. À vista ou a vista
Essa dúvida só não é mais grave do que avista ou a vista…
Errado: O pagamento foi feito a vista.
Correto: O pagamento foi feito à vista.
Explicação: Ocorre crase nas expressões formadas por palavras femininas.
Exemplos: à noite, à tarde, à venda, às escondidas, às pressas.
24. A partir de ou à partir de
A partir de ou à partir de?
Errado: À partir de novembro, estarei de férias
Correto: A partir de novembro, estarei de férias.
Explicação: Não se usa crase antes de verbos.
25. A moda ou À moda
A moda ou à moda?
Errado: Serviram o bacalhau a moda da casa.
Correto: Serviram o bacalhau à moda da casa.
Explicação: Sempre ocorre crase nas expressões à moda de e à maneira de, mesmo que a parte da expressão (moda de) venha implícita.
Exemplo: Escreve à (moda de) Machado de Assis.
26. Pode ou não ocorrer crase:
1. Antes de nomes próprios femininos e antes de pronomes possessivos femininos a crase é facultativa porque esses termos aceitam ou não o artigo antes de si.
Exemplos:
Falei à Natália. (preposição + artigo)
Falei à sua classe. (preposição + artigo)
Falei a Natália. (preposição sem artigo)
Falei a sua classe. (preposição sem artigo)
2. Antes de nomes de cidades, lugares, países. Exemplo: Vou à academia./ Cheguei a Curitiba.
Um bom truque para saber se usa crase ou não é encaixar a palavra em questão na frase: “Vou a, volto da, crase há! Vou a, volto de, crase pra quê?”
Extra: Como verificar a existência de um artigo feminino “a(s)” ou de um pronome demonstrativo “a(s) ” após uma preposição “a”?
Dica 1: Coloque um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.
Exemplos:
Conheço o aluno. / Conheço a candidata.
Refiro-me ao candidato. / Refiro-me à aluna.
Dica 2: Troque o termo regente que acompanha a preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre).
Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),…), não haverá crase.
Exemplos:
Penso na menina. (em+a)
Apaixonei-me pela menina. (por+a)
Começou a brigar./ Cansou de brigar./ Insiste em brigar./ Foi punido por brigar./ Optou por brigar.
Atenção: Lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição “a” ou do artigo “a”, é preciso provar que existem os dois.
Erros de Português: Verbos – “Há” ou “A” quanto tempo você tem dúvida sobre isso?
O uso correto dos verbos pode gerar muita confusão. Não só quanto à ortografia, mas especialmente em relação à conjugação e à regência.
Sobre a conjugação, sabemos que são muitos tempos verbais para memorizar, mas a principal dúvida, em geral, é em relação à pessoa.
Para sanar essa dúvida, é necessário prestar atenção ao sujeito da oração (a pessoa/objeto que comete a ação), pois o verbo sempre se flexionará de acordo com ele.
A respeito da regência, um verbo pode ser transitivo (direto, indireto e ambos ao mesmo tempo) e intransitivo.
Verbo transitivo é aquele que exige um complemento para fazer sentido. Se for transitivo direto, é porque não existe uma preposição que liga o verbo ao complemento.
Exemplo: Eu ouço música (quem ouve, ouve alguma coisa).
Caso seja transitivo indireto, há uma preposição (a, de, com, para…) entre o verbo e o complemento.
Exemplo: Aquelas crianças obedecem aos pais (quem obedece, obedece a alguém).
O verbo ainda pode ser transitivo direto e indireto, isto é, possui um objeto direto e um objeto indireto ao mesmo tempo.
Exemplo: A revista dedicou a matéria aos heróis da guerra. (nesse caso, quem dedica, dedica alguma coisa a alguém)
Verbo intransitivo é aquele que não precisa de um complemento para ter sentido. Exemplos: sair, morrer, nascer, dormir, acordar.
Esta é apenas uma sucinta explicação. Para saber a regência correta dos verbos, é preciso muita leitura (e boa memória).
Mas certamente existem erros mais graves ligados aos verbos. Veja a seguir os mais comuns.
27. Há ou A
Há ou a?
Errado: Atuo no setor de vendas a 10 anos.
Correto: Atuo no setor de vendas há 10 anos.
Explicação: Para indicar tempo passado usa-se o verbo haver. Na dúvida, substitua pelos verbos ter ou fazer.
Exemplo: Atuo no setor de vendas tem/faz 10 anos.
28. Curti ou Curtir (verbo no infinitivo)
Curti ou curtir? Evite erros ortográficos como esse.
Errado: Você vai curti muito minha nova página no Facebook.
Correto: Você vai curtir muito minha nova página no Facebook.
Explicação: Sempre que houver um verbo auxiliar de tempo, no caso, ir (vai), este deve ser seguido de um verbo no infinitivo: curtir.
29. Descriminar ou Discriminar
Descriminar ou Discriminar?
Errado: Não descrimine ninguém pela cor ou opção sexual.
Correto: Não discrimine ninguém pela cor ou opção sexual.
Explicação: Descriminar significa absolver, inocentar.
O prefixo “des” indica uma ação no sentido contrário, nesse caso, quer dizer tirar o crime.
Exemplo: Ele falou em descriminar o uso de algumas drogas.
Discriminar significa distinguir, separar, diferenciar, especificar. Isso pode ser feito com ou sem preconceito.
Há um sentido que não carrega tom negativo, quando significa especificar, separar por itens, mercadorias, informações.
Exemplo: Discriminei todos os produtos na nota fiscal.
30. Perca ou Perda
Perca ou Perda?
Errado: As percas do semestre serão compensadas no próximo.
Correto: As perdas do semestre serão compensadas no próximo.
Explicação: Perca é uma flexão do verbo perder. Aparece na 1ª e 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo e na 3ª pessoa do singular do imperativo.
Exemplos: Não perca essa oportunidade! (3ª pessoa do singular do imperativo)/ Espero que ela não perca mais tempo. (3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo)
Perda é um substantivo que significa se privar (desapossar, excluir) de alguém ou de algo que se tinha.
É fácil saber porque sempre que for substantivo, pode ser acompanhado de artigo, pronome ou numeral antes de si.
Exemplos: Mariana está muito abalada, já é a terceira perda esse ano./ Nem sempre as perdas representam algo ruim.
31. Interviu ou Interveio
Interviu ou interveio?
Errado: O país interviu em várias guerras.
Correto: O país interveio em várias guerras.
Explicação: O verbo intervir deriva do verbo vir e a conjugação dos verbos compostos deve seguir a conjugação dos verbos simples.
O equívoco mais frequente é seguir a conjugação do verbo ver (como no exemplo acima).
Nas terceiras pessoas, vale a pena observar a acentuação: no verbo vir, um acento circunflexo distingue a forma “(eles) vêm” (plural) da homônima singular “(ele) vem”; no verbo intervir, o singular recebe acento agudo (intervém) e o plural recebe acento circunflexo (intervêm).
As duas formas são acentuadas porque ambas são oxítonas terminadas em “-em”.
32. Assistir o filme ou Assistir ao filme
Assistir o filme ou Assistir ao filme?
Errado: Ontem assistimos o novo filme da Angelina Jolie.
Correto: Ontem assistimos ao novo filme da Angelina Jolie.
Explicação: O verbo assistir admite as duas formas, mas para significações diferentes.
Assistir no sentido de ver pede a preposição a, já no sentido de ajudar, acompanhar ou assessorar é transitivo direto, isto é, não possui preposição.
Exemplo: Eu assisti uma senhora na fila do banco. (= dei assistência, ajudei)
33. Adequa ou adequada
Adequa ou adequada?
Errado: Ele não se adequa ao meu modo de vida.
Correto: Ele não é adequado ao meu modo de vida.
Explicação: Adequar é um verbo defectivo, ou seja, não se conjuga em todas as pessoas e tempos.
No presente do indicativo são conjugadas apenas primeira e a segunda pessoas do plural (nós adequamos, vós adequais).
34. Aluga-se ou Alugam-se
Aluga-se ou Alugam-se?
Errado: Aluga-se apartamentos
Correto: Alugam-se apartamentos
Explicação: O sujeito da oração (apartamentos) concorda com o verbo. Quando houver dúvida, coloque a oração na voz passiva: Apartamentos são alugados.
Observe que o verbo ser está no plural, logo, alugar também deve estar quando na voz ativa.
35. Aumentar ainda mais ou aumentar muito
Aumentar ainda mais ou aumentar muito?
Errado: Precisamos aumentar ainda mais os lucros.
Forma correta: Precisamos aumentar muito os lucros.
Explicação: Aumentar é sempre mais, não existe aumentar menos. Portanto, são formas redundantes: aumentar mais, aumentar muito mais e aumentar ainda mais.
36. Dispor ou dispuser
Dispor ou dispuser?
Errado: Se ela dispor de paciência, conseguirá terminar o trabalho.
Correto: Se ela dispuser de paciência, conseguirá terminar o trabalho.
Explicação: A conjugação do verbo dispor acompanha a do verbo por, assim como repor, compor, sobrepor e etc.
37. Falta ou faltam
Falta ou faltam?
Errado: Falta 15 dias para ele voltar de férias.
Correto: Faltam 15 dias para ele voltar de férias.
Explicação: O verbo deve concordar com o sujeito da frase. Uma boa dica para sanar essa dúvida é perguntar quem ou o que realiza a ação do verbo.
No caso, o que é que falta? 15 dias faltam, no plural.
38. Faz ou Fazem
Faz ou Fazem?
Errado: Fazem dois meses que não o vejo.
Correto: Faz dois meses que não o vejo.
Explicação: O verbo fazer quando sinaliza tempo transcorrido fica na 3ª pessoa do
singular.
39. Há 18 anos atrás ou Há 18 anos
Há 18 anos atrás ou Há 18 anos?
Errado: Há 18 anos atrás, eu entrei para o Corpo de Bombeiros.
Correto: Há 18 anos, eu entrei para o Corpo de Bombeiros.
Explicação: Usar “há” e “atrás” na mesma frase é redundante. O verbo haver, sempre que estiver relacionado a tempo que já passou, impede o uso da palavra atrás.
Sendo assim, existem duas formas corretas para a frase: “há dezoito anos” ou “dezoito anos atrás”.
40. Houve ou Houveram
Houve ou Houveram?
Errado: Houveram boatos de que eu estava na pior.
Correto: Houve boatos de que eu estava na pior.
Explicação: Haver no sentido de existir nunca é usado no plural!
41. Precisa-se ou Precisam-se
Precisa-se ou Precisam-se?
Errado: Precisam-se de vendedores com experiência.
Correto: Precisa-se de vendedores com experiência.
Explicação: Sempre que houver uma preposição depois do pronome se (de, por, para, com, em, etc.) não haverá plural, apenas singular.
Exemplo: Trata-se de ideias inovadoras.
42. Preveram ou Previram
Preveram ou Previram? Evite esse simples erro de ortografia.
Errado: Os gurus preveram o sucesso do marketing digital.
Correto: Os gurus previram o sucesso do marketing digital.
Explicação: A conjugação do verbo prever segue a do verbo ver. Logo, se o certo é dizer eles viram, também é certo dizer eles previram.
43. Ratificar ou Retificar
Ratificar ou Retificar?
Errado: Os fatos retificaram nossas previsões.
Correto: Os fatos ratificaram nossas previsões.
Explicação: Ratificar significa confirmar, reafirmar, validar, comprovar, autenticar.
Retificar se refere ao ato de corrigir, emendar ou alinhar alguma coisa. Uma dica é lembrar que o termo é derivado de “reto”, ou seja, tem o sentido de endireitar.
44. Vem ou Veem
Vem ou Veem?
Errado: Eles vem problema em tudo.
Correto: Eles veem problema em tudo.
Explicação: Observe as conjugações no presente do verbo ver: ele vê (com acento), eles veem (sem acento, segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa).
Exemplos: Ele vê a namorada todo dia./ Eles se veem com bastante frequência.
Não confunda com o verbo vir, que no presente é conjugado assim: ele vem, eles vêm (com acento).
Exemplos: Ele sempre vem aqui./Eles raramente vêm ao Rio de Janeiro.
45. Vir ou Vier
Vir ou Vier?
Errado: Se ela não vir amanhã, não precisa vir mais.
Correto: Se ela não vier amanhã, não precisa vir mais.
Explicação: No caso do verbo vir, temos as seguintes formas no futuro do subjuntivo: quando/se eu vier, ele vier, nós viermos, eles vierem.
Não confundir com o verbo ver: Se ele me vir aqui, vai ficar com muita raiva.
46. Tachar ou Taxar
Tachar ou Taxar?
Errado: Foi taxado de ladrão.
Correto: Foi tachado de ladrão.
Explicação: O verbo tachar se refere ao ato de por tacha ou defeito, ou ainda acusar alguém. Já o verbo taxar se refere ao ato de fixar um preço.
Exemplo: Governo quer taxar novos impostos sobre bens imobiliários.
47. Tem ou Têm
Tem ou Têm?
Errado: Eles tem que comparecer à reunião de pais e mestres.
Correto: Eles têm que comparecer à reunião de pais e mestres.
Explicação: Ambas são formas conjugadas do verbo ter no presente do indicativo, mas estão conjugadas em diferentes pessoas.
Tem está na 3ª pessoa do singular e têm está na 3ª pessoa do plural. As palavras teem e têem não existem, estão erradas.
48. Quis ou Quiz
Quis ou Quiz?
Errado: Eles sempre quiz esse emprego.
Correto: Eles sempre quis esse emprego.
Explicação: As duas palavras existem, no entanto, têm significados bem diferentes.
A conjugação correta do verbo querer no pretérito perfeito do indicativo é quis. Muitos escrevem com z por comparação com verbos como fazer (eu fiz) ou dizer (ele diz).
Quiz, com z, é um jogo ou competição em que se fazem perguntas para testar conhecimento geral.
Exemplo: Faça o quiz online o descubra o quão bom você é em matemática.
49. Um dos que chegou ou Um dos que chegaram
Um dos que chegou ou Um dos que chegaram?
Errado: Ele foi um dos que chegou antes.
Correto: Ele foi um dos que chegaram antes.
Explicação: “Um dos que” faz a concordância no plural, pois é um daqueles que chegaram. Para tirar a dúvida, pode-se inverter a frase: Dos que chegaram antes, ele foi um.
50. Esta ou Está
Esta ou Está?
Errado: Ele esta triste hoje.
Correto: Ele está triste hoje.
Explicação: Esta é um pronome demonstrativo feminino e é usado para indicar algo no espaço, posicionando um objeto em relação a alguém.
Sua sílaba tônica, isto é, a mais forte, é “es” e não há necessidade de acento gráfico, pois é paroxítona terminada em “a”.
Exemplo: Esta roupa ficou ótima em você.
Obs.: Esta x Essa – O “esta” é usado para objetos que estão próximos de quem fala, caso contrário, deve-se usar outros pronomes demonstrativos femininos, como essa ou aquela. O mesmo vale para isto e isso, este e esse e etc.
Está é a flexão do verbo “estar” na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (ela está…) ou na 2ª pessoa do imperativo afirmativo (está tu).
A sílaba tônica é “ta” e, portanto, é uma palavra oxítona terminada em “a”, o que justifica o acento gráfico.
51. Aja ou Haja
Aja ou Haja?
Errado: Espero que aja compreensão da parte deles.
Correto: Espero que haja compreensão da parte deles.
Explicação: As duas formas existem na língua portuguesa, mas aja é uma forma verbal do verbo agir e haja é uma forma verbal do verbo haver, por isso o h.
Alguns enganos se tornam tão corriqueiros que muitas vezes somos induzidos ao erro pelo senso comum.
Mas não se esqueça: o certo é o certo mesmo que (quase) ninguém faça. E isso vale para a língua portuguesa.
Então preste atenção nas dicas a seguir e não se deixa enganar por letreiros de pizzarias e afins.
52. A cores ou Em cores
A cores ou Em cores?
Errado: O material da reunião será a cores.
Correto: O material da reunião será em cores.
Explicação: Se o correto é em preto em branco, é também correto dizer material em cores.
53. A domicílio ou Em domicílio
A domicílio ou Em domicílio?
Errado: A pizzaria entrega a domicílio.
Correto: A pizzaria entrega em domicílio.
Explicação: No caso de entrega, usa-se a forma em domicílio. A forma a domicílio é
usada para verbos de movimento.
Exemplo: Foram levá-lo a domicílio.
54. A longo prazo ou Em longo prazo
A longo prazo ou Em longo prazo?
Errado: Para alcançar grandes resultados, é preciso pensar a longo prazo.
Correto: Para alcançar grandes resultados, é preciso pensar em longo prazo.
Explicação: Usa-se a preposição em nos seguintes casos: em longo prazo, em curto prazo e em médio prazo.
55. A nível de ou Em nível de
A nível de ou Em nível de?
Errado: A votação será realizada a nível nacional.
Correto: A votação será realizada em nível nacional.
Explicação: O uso de a nível de está correto quando a preposição “a” está associada ao artigo “o” e significa “à mesma altura”.
Exemplo: Aquele hotel está ao nível da nossa exigência. Mas vale ressaltar que a expressão em nível de só está correta quando equivale a “de âmbito” ou “com status de”, como no primeiro exemplo.
56. Daqui a pouco ou Daqui há pouco
Daqui a pouco ou Daqui há pouco?
Errado: O diretor chegará daqui há pouco.
Correto: O diretor chegará daqui a pouco.
Explicação: A pouco indica ação que ainda vai ocorrer, a ideia é de futuro próximo.
Já há pouco indica ação que já aconteceu, pode ser substituído por faz pouco tempo.
57. Correr atrás do prejuízo ou correr atrás do lucro
Correr atrás do prejuízo ou correr atrás do lucro?
Errado: Precisamos correr atrás do prejuízo.
Correto: Precisamos correr atrás do lucro.
Explicação: Pode-se correr do prejuízo, mas não se deve correr atrás dele. A forma correr atrás do prejuízo não faz sentido.
58. De encontro ao ou Ao encontro do
De encontro ao ou Ao encontro do?
Errado: Seus ideais vêm de encontro ao que a empresa busca nesse momento.
Correto: Seus ideais vêm ao encontro do que a empresa busca nesse momento.
Explicação: De encontro a é estar em sentido contrário, em oposição a. Ao encontro de é estar de acordo, ideia de conformidade.
59. Em mãos ou Em mão
Em mãos ou Em mão?
Errado: Esta encomenda deve ser entregue em mãos.
Correto: Esta encomenda deve ser entregue em mão.
Explicação: Ninguém escreve a mãos, nem fica em pés. O correto é em mão, cuja abreviatura é E. M.
60. Ora ou hora
Ora ou hora?
Errado: Por hora, prefiro que a gente continue como está.
Correto: Por ora, prefiro que a gente continue como está.
Explicação: A expressão por hora, quando escrita com a letra “h”, refere-se ao tempo, a marcação em minutos.
Exemplo: Quando corria, chegava a dezoito quilômetros por hora. Já a expressão por ora, quando escrita sem o “h”, dá a ideia de no momento ou agora.
É um advérbio de tempo, expressa sentido de por enquanto, no momento, atualmente.
Escrever melhor: Pronomes – Oi, quero te apresentar três amigas: Próclise, Ênclise e Mesóclise
“Lhe” ou “o”? “Sinta-se” ou “se sinta”? Calma, você não é o único a ter este tipo de dúvida. Saber qual pronome utilizar e onde encaixá-lo em uma oração nem sempre é tarefa fácil.
Mais uma vez isso tem a ver com a regência do verbo, análise sintática dos termos, além de outras regrinhas que vamos explicar mais detalhadamente abaixo.
61. Entre eu e ele ou Entre mim e ele
Entre eu e ele ou Entre mim e ele?
Errado: Não há mentiras entre eu e ele.
Correto: Não há mentiras entre mim e ele.
Explicação: Os pronomes pessoais do caso reto exercem função de sujeito (ou predicativo do sujeito) e nunca de complemento.
62. Lhe ou o
Lhe ou o?
Errado: Nunca lhe vi antes.
Correto: Nunca o vi antes.
Explicação: Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto, isto é, aquele que não pede preposição.
No caso do exemplo acima, quem vê, vê alguém.
Por outro lado, se o verbo pedisse preposição, o certo seria usar “lhe”.
Exemplo: A decisão não lhe agradou. (quem agrada, agrada a alguém: a decisão não agradou a ele)
63. Comtigo ou Contigo
Comtigo ou Contigo?
Errado: Ele veio com tigo hoje?
Correto: Ele veio contigo hoje?
Explicação: Nesse caso, não existe explicação. Os pronomes são: comigo, contigo, consigo, conosco e convosco. Sempre junto.
Lembrando que consigo é reflexivo, isto é, refere-se ao sujeito da oração.
Exemplo: Carlos tem costume de falar consigo mesmo. → mesmo/próprio não são obrigatórios, mas reforçam a ideia de ação reflexiva.
→ Colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
64. Próclise (antes do verbo)
Errado: Não cale-se diante das injustiças.
Correto: Não se cale diante das injustiças.
Explicação: Palavras ou expressões negativas (não, nada, ninguém, de modo algum…) “puxam” o pronome para antes do verbo.
Mas existem outros casos nos quais a próclise é obrigatória:
-Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora,
logo, que. Exemplos: Quando se trata de trabalho, ele é super responsável./
Fui convidando os amigos conforme me lembrava deles.
– Após advérbios. Porém, caso haja vírgula depois do advérbio, este deixa de atrair o pronome. Exemplos: Sempre me identifiquei com ele./Hoje, fala-se muito em marketing de conteúdo.
-Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. Exemplos: Alguém me
ligou? (indefinido)/ A pessoa que se diz amiga tem que ajudar. (relativo)/ Isso
me enche de alegria. (demonstrativo)
-Em frases interrogativas. Exemplos: Como se chama sua prima?
-Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). Exemplos: Deus
o abençoe!
-Com verbo no gerúndio antecedido de preposição “em”. Exemplo: Em se
tratando de saúde, ele é expert.
-Com formas verbais proparoxítonas. Exemplo: Nós o criticávamos.
Ou seja, são muitos casos! Sendo assim, sempre prefira usar a próclise para não correr o risco de errar.
65. Ênclise (depois do verbo)
Errado: Se faz necessária uma reavaliação do nosso posicionamento.
Correto: Faz-se necessária uma reavaliação do nosso posicionamento.
Explicação: Não se pode iniciar frase com pronomes oblíquos (isso na norma culta, já que na coloquial é amplamente usado). Outros casos em que se usa ênclise:
-Com verbos no infinitivo. Exemplo: Manter-se em forma é bom para autoestima.
-Com o verbo no imperativo afirmativo. Exemplo: Por favor, calem-se!
-Com o verbo no gerúndio. Exemplo: Acabou deixando-me sozinho.
-Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
66. Mesóclise (no meio do verbo)
Errado: Tornarei-me chefe-executivo dessa empresa.
Correto: Tornar-me-ei chefe-executivo dessa empresa.
Explicação: Quando os verbos estiverem no futuro do presente ou no futuro do pretérito, usa-se mesóclise.
Sua formação se faz assim: Verbo no infinitivo + pronome oblíquo + terminação do verbo = Tornar-me-ei (ou Eu me tornarei).
Dicas para escrever melhor: Substantivos – O Seu Aumento Substancial de Conhecimento
As maiores dúvidas em relação aos substantivos geralmente dizem respeito à ortografia ou à significação. De fato, existem diversas palavras homônimas e parônimas em nossas língua.
Palavras homônimas ou homônimos são palavras que são pronunciadas da mesma forma, tendo significados diferentes.
Palavras parônimas ou parônimos são palavras que são escritas de forma parecida e são pronunciadas de forma parecida, mas apresentam significados diferentes.
A seguir, veja como simples associações podem sanar de vez as suas dúvidas e enriquecer seu vocabulário.
67. Cumprimento ou Comprimento
Cumprimento ou Comprimento?
Errado: Chegou e não comprimentou ninguém.
Correto: Chegou e não cumprimentou ninguém.
Explicação: Comprimento está relacionado ao tamanho, à extensão de algo ou alguém. Exemplo: Não sei o comprimento da janela.
Cumprimento relaciona-se a dois verbos diferentes: cumprimentar uma pessoa
(saudar), como no primeiro exemplo, e cumprir uma tarefa (realizar).
Exemplo: O cumprimento das metas estabelecidas é indispensável.
68. Descrição ou Discrição
Descrição ou Discrição?
Errado: Ele não tem a menor descrição.
Correto: Ele não tem a menor discrição.
Explicação: Discrição significa ser discreto. Descrição refere-se ao ato de descrever.
Exemplo: Ela fez a descrição do suspeito. (ela descreveu).
69. O óculos ou Os óculos
O óculos ou Os óculos?
Errado: O óculos quebrou depois que caiu no chão.
Correto: Os óculos quebraram depois que caíram no chão.
Explicação: A concordância da palavra óculos é feita no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
70. Sessão ou Seção
Sessão ou Seção?
Errado: Conseguimos comprar ingressos para a última seção do cinema.
Correto: Conseguimos comprar ingressos para a última sessão do cinema.
Explicação: Sessão significa espaço de tempo de uma reunião deliberativa, de um espetáculo de cinema, teatro, etc. A palavra deriva do latim “sessio” e significa “senta-se”.
Sendo assim, qualquer sessão que exija da pessoa que ela se sente é escrita com dois “S”.
Seção quer dizer o mesmo que secção, ou seja, ato ou efeito de repartir. Significa ainda: divisão de repartições públicas, parte de um todo, departamento.
Exemplo: Cada seção do site abordará um tema específico.
71. O grama ou A grama
O grama ou A grama?
Errado: Eu quero duzentas gramas de presunto.
Correto: Eu quero duzentos gramas de presunto.
G, no sentido de peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Grama, no feminino, é sinônimo de capim.
Obs.: A abreviação de grama é g, não gr, gs ou grs. Assim como abreviação de hora é h, não hr, hrs ou hs. Abreviações oficiais não têm plural!
72. Viagem ou Viajem
Viagem ou Viajem?
Errado: Nossa viajem está programada para dezembro.
Correto: Nossa viagem está programada para dezembro.
Explicação: A palavra viagem, com G, é um substantivo comum, sinônimo de jornada e deslocamento.
Viajem é a forma do verbo viajar conjugada na 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo ou na 3ª pessoa do plural do imperativo.
Exemplos: Espero que eles viajem em segurança./ Aproveitem as férias, viajem muito!
Erros Ortográficos: Vícios de Linguagem – Leitura crítica é sempre a melhor reabilitação
Ao contrário das figuras de linguagem, os vícios de linguagem são palavras ou construções que estão em desacordo com normas gramaticais.
Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor. Veja alguns exemplos abaixo:
73. Devidas providências ou providências
Devidas providências ou providências?
Errado: Peço as devidas providências.
Correto: Peço providências.
Explicação: O adjetivo devidas é desnecessário e redundante, pois quem pediria providências indevidas?
74. Maiores informações ou Mais informações
Maiores informações ou Mais informações?
Errado: Para maiores informações, acesse nosso site.
Correto: Para mais informações, acesse nosso site.
Explicação: O termo “maior” é comparativo, não deve ser utilizado nesse caso. Não existem informações maiores ou menores, mas sim mais informações ou outras informações.
75. Encarar de frente ou Encarar
Encarar de frente ou Encarar?
Errado: Precisamos encarar esse problema de frente.
Correto: Precisamos encarar esse problema.
Explicação: Se o desejo é enfatizar o verbo encarar, então o que se pode dizer é encarar firmemente, encarar decididamente, encarar sem medo, encarar com determinação.
O de frente não enfatiza nada, já que essa noção já está implícita na própria ideia de encarar, que quer dizer olhar cara a cara, olhar de frente. Portanto, encarar de frente é redundante.
76. Na minha opinião pessoal ou Na minha opinião
Na minha opinião pessoal ou Na minha opinião?
Errado: Na minha opinião pessoal, devemos adiar a palestra.
Correto: Na minha opinião, devemos adiar a palestra.
Explicação: Se a opinião é minha, só pode ser pessoal.
77. Planejar antecipadamente ou Planejar
Planejar antecipadamente ou Planejar?
Errado: Devemos planejar antecipadamente nosso calendário de postagens.
Correto: Devemos planejar nosso calendário de postagens.
Explicação: Planejar é o ato de definir metas e objetivos de um projeto antecipadamente, ou seja, o ato de planejar por si só subentende a antecedência.
78. Multidão de pessoas ou Multidão
Multidão de pessoas ou Multidão?
Errado: Uma multidão de pessoas invadiu a emissora ontem.
Correto: Uma multidão invadiu a emissora ontem.
Explicação: Qualquer substantivo coletivo específico é um pleonasmo. Multidão é sempre de pessoas, assim como cardume é sempre de peixes, enxame, de abelhas e etc.
79. Em duas metades iguais ou Em duas partes iguais
Em duas metades iguais ou Em duas partes iguais?
Errado: Vamos dividir a porção em duas metades iguais.
Correto: Vamos dividir a porção em duas partes iguais.
Explicação: Metade é o mesmo que duas partes iguais. Assim, dizer que dividiu alguma coisa em duas metades iguais constitui um pleonasmo.
Também seria correto dizer: Vamos dividir a porção pela metade.
80. Repetir de novo ou Repetir
Repetir de novo ou Repetir?
Errado: Professor, pode repetir de novo?
Correto: Professor, pode repetir?
Explicação: A expressão é redundante quando se trata de um fato que ocorreu pela segunda vez, porque repetir significa fazer de novo, outra vez.
Não será redundância se o fato ocorre pela terceira ou mais vezes. O fato aconteceu, repetiu e repetiu de novo.
Fonte: https://viverdeblog.com/erros-gramaticais/
Publicado por: Tiago Merlone