Inteligência emocional é a capacidade de captar o mundo por meio dos estímulos. Praticá-la é transformador, pois a partir disso, é possível dominar suas emoções e usá-las a favor de si mesmo.
Há uma metáfora da neurociência que explica o cérebro humano dividido em duas áreas: hemisfério esquerdo e hemisfério direito. O esquerdo seria o lado racional, matemático, lógico, cognitivo, analista e crítico. Já o direito, seria o lado da compreensão emocional do mundo, responsável pela intuição, emoções e sentimentos.
Apesar de distintos, a inteligência emocional passa diretamente por esses dois hemisférios. Desenvolver essa habilidade é um aprendizado fundamental para a vida.
Por meio do controle dos nossos impulsos e sentimentos, podemos dominar sensações de raiva, tristeza ou desânimo.
Dessa forma, a partir do momento em que começamos a perceber que somos movidos principalmente pelos sentimentos, e isto acontece inconscientemente, é que identificamos a importância de saber como a inteligência emocional é constituída.
Os cinco pilares da Inteligência Emocional
Entender os cinco pilares da Inteligência Emocional é o primeiro passo para desenvolvê-la e praticá-la diariamente. A partir disso, será possível ter maior controle das próprias emoções, facilitando a construção de relações saudáveis e tomadas de decisões conscientes.
Essa lógica é de Daniel Goleman, psicólogo e jornalista científico conhecido como o “pai da Inteligência Emocional”. É autor do livro “Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”, considerada a principal obra sobre o tema.
A seguir, conheça os cinco pilares da Inteligência Emocional, determinantes para se ter êxito nos relacionamentos e até bem-estar físico:
Conhecer as próprias emoções
Este princípio diz respeito ao autoconhecimento. Para praticá-lo, você precisa analisar suas emoções e atos como resposta aos estímulos recebidos. Quando você se sente frustrado, investigue se essa uma resposta verdadeira ou se ela está escondendo um outro sentimento. A ansiedade é outra sensação que pode ser responsável por esconder outras emoções muito mais complexas. Por trás desses sentimentos, pode existir medo do fracasso, receio de julgamentos, temor de se apresentar em frente a um público.
Reconhecer verdadeiramente o que você está sentindo, a ponto de nomear corretamente as suas emoções, é o primeiro passo fundamental para desenvolver a Inteligência Emocional. Ou seja, é preciso conhecer as emoções para poder gerenciá-las.
No entanto, também é preciso estar ciente do processo gradual que implica esse conhecimento e como ele varia de pessoa para pessoa. A fim de facilitar o processo de descoberta, um exercício simples e benéfico é anotar, ao fim de cada dia, os sentimentos que você percebeu e como lidou com eles.
Controlar as emoções
O gerenciamento das emoções é feito a partir do conhecimento delas. Após entender as suas emoções, é o momento de trabalhá-las.
Ao finalizar uma semana anotando os seus sentimentos e a forma como lidou com eles, faça um balanço. Quais foram os sentimentos mais frequentes? De que forma como você lidou com esses sentimentos?
Segundo Daniel Goleman, a consciência das emoções é fator essencial para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo. Ao controlar as emoções, é importante entender a diferença existente entre dois conceitos: autopercepção e heteropercepção.
A autopercepção refere-se ao que entendemos e percebemos. A heteropercepção diz respeito ao modo como os outros enxergam a mesma situação. Muitas vezes, através da primeira, achamos que nosso modo de agir é assertivo. No entanto, pessoas ao nosso redor podem interpretar nossas ações como as de uma pessoa ríspida. O que as pessoas enxergam não é, necessariamente, o que você pensa.
Sendo assim, conhecer as possíveis percepções alheias também é fundamental para trabalhar sua Inteligência Emocional. É por meio deste controle que se domina a melhor forma de emitir mensagens e, assim, evitar entendimentos distorcidos.
Automotivação
O domínio sobre a percepção lançada quando emitimos uma mensagem tem relação com o gerenciamento das nossas emoções. Aprender a controlá-las e racionalizar antes de tomar qualquer decisão, traz grandes benefícios.
É essa gestão que possibilita a diminuição de conflitos interpessoais ou mesmo conflitos internos. Você, no controle das suas emoções, tem um caminho muito mais tranquilo e equilibrado em direção aos seus objetivos. Isto implica, principalmente, na mudança de antigos padrões de comportamento.
É preciso acreditar que dá para mudar. Não existe o “eu sou assim mesmo”. É neste momento que a automotivação mostra sua importância como um dos pilares fundamentais da Inteligência Emocional.
Ela é fundamental para investir em uma mudança que possibilitará maior crescimento no trabalho, nos relacionamentos e na vida. Lembre-se do investimento na sua mudança e nos benefícios pessoais e profissionais que o domínio da Inteligência Emocional trará.
Empatia
Colocar-se no lugar do outro. Isto é empatia.
Tal qual a Inteligência Emocional, a empatia é um conceito que tem ganhado grande muito destaque. Mas como colocar-se no lugar do outro, de maneira sensível e aberta, desprovida de julgamentos?
A empatia envolve muito mais do que validar e respeitar o sentimento do outro. Ela diz respeito a se inserir no contexto em que o outro está e entender a razão de aquele sentimento despertar determinada emoção para o outro.
É importante ter consciência que a empatia é uma escolha, além de ser um processo que requer dedicação. Ela melhora as relações humanas e possibilita ver as coisas pelo ângulo das outras pessoas. Ter empatia, tornar-se mais habilidoso nas relações e entender os desejos e motivações do outro são fatores fundamentais para a vida em sociedade.
Relacionar-se interpessoalmente
Sempre precisaremos do outro. Somos parte de um organismo maior, o organismo social. Para se relacionar bem socialmente, é fundamental ter o equilíbrio entre a empatia, o autocontrole a autoconsciência.
Conhecer e se relacionar com pessoas é conhecer possibilidades. Quanto mais você domina a sua empatia, mais você constrói relações positivas e saudáveis. Tanto no âmbito familiar, quanto profissional, é importante saber se relacionar interpessoalmente.
Conseguir transitar entre os grupos, relacionando-se bem com eles, é um dos pilares da Inteligência Emocional. Cultivar relacionamentos baseados no respeito é uma das formas mais eficientes de criar um ambiente positivo ao seu redor.
A mudança depende de você
A maneira como lidamos com nossas questões pessoais e nos relacionamos é determinante para obtermos qualidade de vida.
Neste artigo, conhecemos os cinco pilares de Inteligência Emocional, além de como eles se relacionam entre si. Também evidenciamos, a partir dos estudos de Daniel Goleman, que o autoconhecimento é a base da Inteligência Emocional.
Fonte: https://online.pucrs.br/blog/pilares-inteligencia-emocional
Publicado por: Tiago Merlone